A capacidade de mergulho de mamíferos marinhos é extraordinária. Várias adaptações permitem às focas gastar a maior parte de seu tempo debaixo da água, tanto por incrementar seus estoques de oxigénio quanto por limitar a utilização do oxigénio.
As focas possuem estoques de oxigénio maiores que aqueles de outros mamíferos devido ao seu maior volume sanguíneo e as suas maiores concentrações de hemoglobina no sangue e de mioglobina nos músculos. Mesmo assim, os estoques de oxigénio que a foca utiliza no mergulho são apenas cerca de duas vezes maiores que aqueles que um ser humano usa durante o mergulho.
As adaptações mais importantes para sustentar o mergulho das focas são mecanismos cardiovasculares que limitam o fluxo sanguíneo para tecidos não importantes. Esse conjunto de adaptações denomina-se reflexo do mergulho, o qual deixa o coração mais lento e promove a constrição dos principais vasos sanguíneos para todos os tecidos, exceto certos tecidos fundamentais como o sistema nervoso, o coração e os olhos.
A pressão sanguínea central permanece alta, mas o fluxo sanguíneo para os tecidos diminui. Esse fluxo sanguíneo reduzido tem dois efeitos: desviar o metabolismo dos tecidos para a atividade glicolítica (anaeróbia) e reduzir o metabolismo dos tecidos. Enquanto mergulha, a foca acumula ácido lático nos músculos, o qual constitui o "débito de oxigénio" que deve ser pago por um metabolismo elevado após o término do mergulho. Contudo, o "débito" metabólico total é muito menor que o metabolismo que teria ocorrido no mesmo período de tempo se a foca não tivesse mergulhado. O reflexo do mergulho torna a foca hipometabólica (com uma taxa metabólica abaixo de sua taxa basal) durante o mergulho. Hipometabolismo, estoques de oxigénio aumentados e uma elevada capacidade de metabolismo anaeróbio tornam possível para as focas a realização desses feitos incríveis no mergulho.
O reflexo do mergulho das focas pode parecer uma adaptação singular, mas fornece mais um exemplo de como a seleção natural molda as características biológicas compartilhadas entre espécies relacionadas.
Os humanos também têm um reflexo do mergulho.
Ele é controlado pelo nervo vago e pelo sistema nervoso parassimpático. Quando nossas faces são imersas na água, percebemos uma leve diminuição de nossa frequência cardíaca. Esse reflexo provavelmente funciona como resposta protetora durante o processo de nascimento, quando a pressão sobre o cordão umbilical pode privar o feto do oxigénio materno antes que ele possa começar a respirar. Existem muitos casos de vítimas de afogamento que submergiram em água fria durante períodos prolongados de tempo, mas mesmo assim sobreviveram sem lesões encefálicas. O reflexo do mergulho dos humanos, juntamente com o rápido resfriamento do encéfalo por perda de calor corporal para a água, constitui a explicação provável desses extraordinários casos de sobrevivência.
Ele é controlado pelo nervo vago e pelo sistema nervoso parassimpático. Quando nossas faces são imersas na água, percebemos uma leve diminuição de nossa frequência cardíaca. Esse reflexo provavelmente funciona como resposta protetora durante o processo de nascimento, quando a pressão sobre o cordão umbilical pode privar o feto do oxigénio materno antes que ele possa começar a respirar. Existem muitos casos de vítimas de afogamento que submergiram em água fria durante períodos prolongados de tempo, mas mesmo assim sobreviveram sem lesões encefálicas. O reflexo do mergulho dos humanos, juntamente com o rápido resfriamento do encéfalo por perda de calor corporal para a água, constitui a explicação provável desses extraordinários casos de sobrevivência.
Fonte do texto : Biologia - Vida, a ciência da Biologia. Artmed
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