segunda-feira, 28 de março de 2011

Absorção de água e sais minerais


As plantas fazem a absorção da água e sais minerais necessários ao seu desenvolvi­mento através do seu sistema radicular, que por esse motivo é permeável (não apresenta cutícula), muito ramificado e cuja área é aumentada através da presença de pêlos absor­ventes.


A raiz é constituída por um conjunto de células que entre si se mantêm, geralmente, isotónicas; no entanto, em relação ao meio elas estão hipertónicas. Significa isto que não existe equilíbrio entre os dois meios, e tendendo a natureza para o equilíbrio vai ocorrer uma movimentação de substâncias por forma a equilibrar os dois meios. Sendo a solução do solo hipotónica em relação às células epidérmicas, significa que esta possui uma menor concentração de solutos, maior potencial hídrico e menor pressão osmótica do que as células epidérmicas. A água da solução do solo começa então a movimentar-se para o interior das células. A entrada desta água nas células diminui-lhes a sua concentração e aumenta-lhes o seu volume celular, ficando estas células túrgidas. As células epidérmicas sofrem então um aumento da pressão de turgescência e do poten­cial hídrico, baixando a sua pressão osmótica. A entrada de água para as células epidér­micas destruiu a isotonia existente entre as células radiculares, tendo ficado as células epidérmicas hipotónicas em relação às células parenquimatosas corticais. Inicia-se então novamente a movimentação de água da epiderme (hipotónica) para as células parenqui­matosas (hipertónicas) e assim sucessivamente até se atingir o xilema, no cilindro central.
Relativamente aos sais minerais, o tipo de transporte que vão sofrer depende da sua concentração na solução do solo. Se o ião está em maior concentração na solução do solo este movimenta-se por difusão simples, porém, se o ião está em menor concentra­ção na solução do solo o seu transporte é efectuado por transporte activo, gastando-se por isso energia no seu transporte. A entrada destes iões vai aumentar a concentração de soluto nestas células epidérmicas, pelo que a água da solução do solo, osmoticamente, movimenta-se novamente para estas células. O transporte activo dos iões desde a epi­derme até ao xilema cria um gradiente osmótico, podendo dizer-se que a absorção ao nível da raiz se efectua segundo uma pressão osmótica crescente.

 
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Conceitos importantes na Biologia 10º


Meio hipotónico - Corresponde a um meio em que existe uma baixa con­centração de soluto.

Meio hipertónico -  Corresponde a um meio em que existe uma elevada con­centração de soluto.

Meio isotónico - Corresponde à concentração de equilíbrio, isto é, os dois meios apresentam igual con­centração de solutos.

Difusão simples - Corresponde a um movi­mento de substâncias efec­tuado a favor de um gra­diente de concentração (+ à -), logo sem qualquer gasto de energia.

Osmose - Corresponde a um caso par­ticular de difusão, a difusão simples da água.

Transporte Activo - Corresponde a um movi­mento de substâncias efec­tuado contra um gradiente de concentração (- à +), logo com gasto de energia (ATP).

Plasmólise - Corresponde a uma diminui­ção do volume celular ocor­rido devido à saída de água da célula.

Turgescência  -  Corresponde a um aumento do volume celular ocorrido pela entrada de água para a célula.

Pressão de turgescência - Corresponde à pressão que o conteúdo celular exerce sobre as paredes celulares, quando a célula fica túrgida após a entrada de água.

Pressão osmótica - Corresponde à pressão que tende a deslocar a água no sentido da maior concentra­ção de soluto.

Potencial de água -  Corresponde à pressão hidros­tática necessária para parar o movimento de água.



segunda-feira, 14 de março de 2011

Sistema Digestivo do Tubarão

O sistema digestivo dos tubarões é completo.
Nos tubarões, a boca é guarnecida por fileiras de dentes pontiagudos, de estrutura semelhante à das esca­mas placóides. Os dentes implantam-se na derme, so­bre a estrutura cartilaginosa do arco maxilar e da man­díbula, e são substituídos continuamente. Embora a maioria dos condrictes seja carnívora, pelo menos uma espécie, popularmente conhecida como tubarão-baleia, alimenta-se de plâncton.

À boca segue-se a faringe, que apresenta de 5 a 7 pares de fendas branquiais laterais. Um par de fen­das branquiais modificadas forma canais de comunica­ção entre a faringe e o meio externo, os chamados espiráculos. O alimento passa da faringe para um esó-fago curto, que leva ao estômago curvo, onde tem iní­cio a digestão.

A massa alimentar passa para o intestino, onde há uma estrutura denominada válvula espiral. Ao que tudo indica, a função da válvula espiral é retar­dar o trânsito dos alimentos, dando mais tempo à di­gestão, além de aumentar a área intestinal de absor­ção de nutrientes

Há duas glândulas acessórias ao sistema diges­tivo, o fígado e o pâncreas, que lançam suas secre­ções no intestino. A digestão é completamente extracelular e os nutrientes são absorvidos através da parede intestinal, de onde passam para os vasos sanguíneos e são distribuídos a todo o corpo. A porção terminal do intestino forma a cloaca, onde se abrem os condutos dos sistemas reprodutor e urinário. A cloaca comunica-se com o exterior pelo ânus, que se abre perto da cau­da.

Fonte do Texto e Imagem : Amabis e Martho. Moderna

Exercícios - Fotossíntese

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Ciclo de Calvin


  • O ciclo de Calvin inicia-se pela combinação de dióxido de carbono com um composto de cinco átomos de carbono - ribulose difosfato (RuDP) -, originando um composto instável com seis átomos de car­bono. Este composto desdobra-se imediatamente em duas moléculas com três átomos de carbono - ácido fosfoglicérico (PGA).

  • O ácido fosfoglicérico é fosforilado pelo ATP e reduzido pelo NADPH, dando origem ao aldeído fosfoglicérico (PGAL).

  • O aldeído fosfoglicérico vai seguir dois caminhos diferentes: uma parte vai regenerar a ribulose monofosfato, o resto é utilizado para diversas sínteses no estroma, entre as quais se destaca a sín­tese de glicose.

  • Por cada seis moléculas de dióxido de carbono que entram no ciclo, formam-se doze moléculas de PGAL, das quais dez vão rege­nerar a ribulose, restando duas para formar, por exemplo, uma molécula de glicose. Neste conjunto de reacções são utilizadas dezoito moléculas de ATP (três por cada ciclo) e doze moléculas de NADPH (duas por cada ciclo).

Podem sintetizar-se as reacções do ciclo de Calvin do seguinte modo:



As reacções desta fase da fotossíntese dão-se no estroma do cloroplasto, pois é aí que se encontram as enzimas que as catalisam.


 


quarta-feira, 2 de março de 2011

Obtenção de matéria nos seres autotróficos - Parte I

A fotossíntese é um fenómeno inexcedivelmente complexo para transformar a energia luminosa em energia química. Mas por que razão deve o caminho que a luz toma incluir formas químicas? Por que razão não é possível fazer a luz solar propulsionar directamente todos os processos que o organismo requer? Há algumas razões de peso para tal. Primeiro, a energia que é necessária para fazer funcionar os metabolismos celulares deve estar disponível em incrementos que não tenham mais de um décimo da intensidade dos que são fornecidos mesmo por um único fotão solar. Esperar que uma célula use um fotão directamente para sintetizar um açúcar seria mais absurdo do que esperar que um jogador de baseball desviasse balas de uma metralhadora com o taco. Ao invés, a vida concebeu uma aparelhagem extremamente sofisticada para executar a tarefa inicial de apanhar as balas.
Segundo, um fotão não tem paciência. É usá-lo agora ou perdê-lo para sempre. A luz solar não pode ser capturada num frasco e armazenada numa prateleira. Mas a sua energia pode ser usada para aprontar moléculas como os açúcares, que produzirão energia ao combinarem-se com o oxigénio atmosférico. A nossa respiração demonstra-o: ingerimos esse tipo de compostos de carbono "reduzidos" (não oxidados) nos nossos alimentos e inalamos oxigénio e exalamos dióxido de carbono. Isto descreve a actividade metabólica geral, mas existem de facto diversas fases intermédias, todas dependentes da energia fornecida pela oxidação dos compostos de carbono reduzidos que comemos, até chegarem eventualmente a dióxido de carbono. Os açúcares ou outras moléculas intermédias podem ser armazenados na prateleira celular, e o ritmo de "combustão" pode ser controlado. A energia química apresenta assim a vantagem da disponibilidade, oferecendo uma quantidade ajustada onde e quando ela é precisa.
Porque a fotossíntese é um processo tão complexo, e porque a energia derivada dos fotões deve ser convertida em energia química antes de a célula poder fazer uso dela, os pesquisadores que sondam as origens possíveis da vida terrestre convenceram-se de que as primeiras células vivas captavam não luz solar mas sim energia química presente no ambiente.

Fonte do Texto : A Biosfera profunda e quente. Thomas Gold. Via Óptima 


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