segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Asteróides e meteoróides

Entre as órbitas de Marte e Júpiter, existem vários milhares de rochas de diversos tamanhos, orbitando o Sol ao seu pró­prio ritmo. É a cintura de asteróides, e acredita-se que se trata do material de um planeta que nunca se chegou a formar. Um asteróide pode ser tão grande como uma pequena lua ou tão pequeno como uma partícula de poeira. De acordo com a nova terminologia astronómica, os asteróides são agora de­signados como pequenos corpos do Sistema Solar. Apesar de existirem em grande número, eles estão espalhados numa área tão vasta que nenhuma nave espacial, ao atravessar a zona, alguma vez colidiu com um.
A 12 de Fevereiro de 2001, a sonda espacial NEAR (Near Earth Asteroid Rendezvous) aterrou suavemente num grande asteróide conhecido por 433 Eros. Não iam astronautas a bordo, mas imaginem se tivessem ido! Talvez se tivessem sen­tido um pouco como a personagem de O Principezinho, a his­tória que Saint-Exupéry escreveu para crianças e adultos.
A NEAR confirmou que os asteróides são objectos sólidos, crivados de crateras semelhantes às da Lua devido ao seu pas­sado violento.
A cintura de asteróides começa a cerca de 80 milhões de quilómetros de Marte e estende-se por mais de 160 milhões de quilómetros na direcção da órbita de Júpiter. Durante a for­mação do Sistema Solar, Mercúrio, Vénus e Marte — bem como a nossa Terra — foram frequentemente atingidos por as­teróides e cometas imprevisíveis. Exceptuando na Terra — agora coberta por oceanos e vegetação —, estes sinais de bom­bardeamento cósmico ainda podem ser vistos na superfície des­tes planetas. Mas a Terra já foi atingida e, provavelmente, tal irá suceder novamente. É reconfortante saber que a missão da NEAR demonstrou que um dia talvez sejamos capazes de des­viar um asteróide que esteja em rota de colisão com a Terra.
O primeiro asteróide foi identificado em 1801 por Giuseppe Piazzi e chama-se Ceres. Trata-se do maior asteróide ja­mais observado e, de acordo com a nova denominação, é agora classificado como planeta anão. Desde então, outros as­teróides de grandes dimensões, como Palias, Juno e Vesta, foram descobertos. Contudo, mesmo que colássemos todos os asteróides, o objecto daí resultante ainda seria mais pequeno que a Lua.

Alguns asteróides de pequenas dimensões são empurrados das suas órbitas e desviam-se das suas trajectórias na direcção da Terra. São chamados meteoróides. Quando entram na nossa atmosfera, chamamos-lhes meteoros, e a maior parte deles são tão pequenos que ardem, tornando-se incandescen­tes, devido à fricção com a atmosfera antes de atingirem o nosso planeta. Rasgando a noite, quais fogosos mensageiros, são conhecidos como estrelas cadentes. Se aterrarem no nosso «quintal», chamamos-lhes meteoritos. Quem encontrar algum deve guardá-lo. São uma prova da formação do Sistema Solar, que será útil na investigação.

Ocasionalmente, um grande asteróide chega até muito perto da Terra. O asteróide conhecido como Hermes chegou até uma distância de 480 mil quilómetros, algo equivalente à distância a que se encontra a Lua. Em Julho de 2006, outro as­teróide — com cerca de 800 metros de comprimento — pas­sou tão perto da Terra como o Hermes. Uma colisão com um asteróide destas dimensões iria causar grandes danos. E qual seria a dimensão desses danos? O equivalente a 20 mil bom­bas de hidrogénio de uma megatonelada a explodirem ao mesmo tempo. Mas não temos de nos preocupar com a possi­bilidade de um objecto destas dimensões atingir a Terra num futuro próximo. As probabilidades estão a nosso favor, já que episódios como estes ocorrem apenas uma vez num período de 65 a 100 milhões de anos. E mesmo que tal acontecesse, em breve teremos a tecnologia necessária para os afastar, com segurança, da Terra.

Fonte: O detective do Cosmos - Mani Bhaumik. Gradiva

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