Entre as órbitas de Marte e Júpiter, existem vários milhares de rochas de diversos tamanhos, orbitando o Sol ao seu próprio ritmo. É a cintura de asteróides, e acredita-se que se trata do material de um planeta que nunca se chegou a formar. Um asteróide pode ser tão grande como uma pequena lua ou tão pequeno como uma partícula de poeira. De acordo com a nova terminologia astronómica, os asteróides são agora designados como pequenos corpos do Sistema Solar. Apesar de existirem em grande número, eles estão espalhados numa área tão vasta que nenhuma nave espacial, ao atravessar a zona, alguma vez colidiu com um.
A 12 de Fevereiro de 2001, a sonda espacial NEAR (Near Earth Asteroid Rendezvous) aterrou suavemente num grande asteróide conhecido por 433 Eros. Não iam astronautas a bordo, mas imaginem se tivessem ido! Talvez se tivessem sentido um pouco como a personagem de O Principezinho, a história que Saint-Exupéry escreveu para crianças e adultos.
A NEAR confirmou que os asteróides são objectos sólidos, crivados de crateras semelhantes às da Lua devido ao seu passado violento.
A cintura de asteróides começa a cerca de 80 milhões de quilómetros de Marte e estende-se por mais de 160 milhões de quilómetros na direcção da órbita de Júpiter. Durante a formação do Sistema Solar, Mercúrio, Vénus e Marte — bem como a nossa Terra — foram frequentemente atingidos por asteróides e cometas imprevisíveis. Exceptuando na Terra — agora coberta por oceanos e vegetação —, estes sinais de bombardeamento cósmico ainda podem ser vistos na superfície destes planetas. Mas a Terra já foi atingida e, provavelmente, tal irá suceder novamente. É reconfortante saber que a missão da NEAR demonstrou que um dia talvez sejamos capazes de desviar um asteróide que esteja em rota de colisão com a Terra.
O primeiro asteróide foi identificado em 1801 por Giuseppe Piazzi e chama-se Ceres. Trata-se do maior asteróide jamais observado e, de acordo com a nova denominação, é agora classificado como planeta anão. Desde então, outros asteróides de grandes dimensões, como Palias, Juno e Vesta, foram descobertos. Contudo, mesmo que colássemos todos os asteróides, o objecto daí resultante ainda seria mais pequeno que a Lua.
Alguns asteróides de pequenas dimensões são empurrados das suas órbitas e desviam-se das suas trajectórias na direcção da Terra. São chamados meteoróides. Quando entram na nossa atmosfera, chamamos-lhes meteoros, e a maior parte deles são tão pequenos que ardem, tornando-se incandescentes, devido à fricção com a atmosfera antes de atingirem o nosso planeta. Rasgando a noite, quais fogosos mensageiros, são conhecidos como estrelas cadentes. Se aterrarem no nosso «quintal», chamamos-lhes meteoritos. Quem encontrar algum deve guardá-lo. São uma prova da formação do Sistema Solar, que será útil na investigação.
Ocasionalmente, um grande asteróide chega até muito perto da Terra. O asteróide conhecido como Hermes chegou até uma distância de 480 mil quilómetros, algo equivalente à distância a que se encontra a Lua. Em Julho de 2006, outro asteróide — com cerca de 800 metros de comprimento — passou tão perto da Terra como o Hermes. Uma colisão com um asteróide destas dimensões iria causar grandes danos. E qual seria a dimensão desses danos? O equivalente a 20 mil bombas de hidrogénio de uma megatonelada a explodirem ao mesmo tempo. Mas não temos de nos preocupar com a possibilidade de um objecto destas dimensões atingir a Terra num futuro próximo. As probabilidades estão a nosso favor, já que episódios como estes ocorrem apenas uma vez num período de 65 a 100 milhões de anos. E mesmo que tal acontecesse, em breve teremos a tecnologia necessária para os afastar, com segurança, da Terra.
Fonte: O detective do Cosmos - Mani Bhaumik. Gradiva
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