A Terra é constituída por uma série de envolventes aproximadamente concêntricas, a mais externa das quais, se designa por litosfera. Segundo os paradigmas da tectónica de placas litosféricas e da deriva dos continentes, a litosfera é constituída por uma série de placas de contornos irregulares, geralmente muito mais vastas em comprimento e largura do que em espessura. Porque a Terra possui internamente fontes de calor (remanescente e de decaimento radioactivo) cujo gradiente é suficientemente forte para impedir a coalescência contínua e estável entre as placas litosféricas, estas movem-se de modo a poder acomodar a libertação do calor interno da Terra, por via de fusão do manto sub-litosférico, acrescendo novo material litosférico nas zonas de ruptura e fusão.
Este processo obriga a que as placas se fracturem e se afastem para que o novo material ascenda. A litosfera acrescida é de natureza peridotita e basáltica, mais densa do que a litosfera dos continentes, por isso com menor flutuabilidade sobre a astenosfera, o que faz com que a nova litosfera criada gere zonas altimétricamente deprimidas, sobre as quais se encontram os oceanos, por isso designando-se litosfera oceânica. As zonas de acreção litosférica provocam o afastamento das placas e possuem relevo submarino positivo por serem menos densas que a restante litosfera oceânica que, à medida que se afasta, arrefece, aumentando de densidade, espessando-se e, consequentemente afundando-se mais na astenosfera.
Estes limites designam-se divergentes, porque as placas se afastam mutuamente e construtivos porque é criada nova litosfera (ex.: as dorsais ou cristas médias oceânicas).
As zonas de transição da litosfera oceânica para litosfera continental (TCO, transição continente-oceano) estabeleceram-se onde se geraram as zonas de ruptura continental aquando da fracturação dos continentes(ex.: Pangea no fim do Paleozóico). Estas zonas já não constituem limites litosféricos activos, fazendo parte das margens continentais tectonicamente inactivas, normalmente designadas por margens passivas (ex.: a margem oeste ibérica e a equivalente norte-americana).
De modo a manter a volumetria do esferoide terrestre, as zonas de alastramento ou construtivas têm que ser compensadas por zonas de encurtamento ou destrutivas.
Estas podem ser de vários tipos, consoante os tipos de litosfera que se aproximam relativamente. Para uma zona destrutiva acomodar destruição à escala do tempo geológico (i.e. dos ciclos de Wilson) e com uma taxa apreciável (i.e. de modo a poder significativamente compensar o alastramento das dorsais oceânicas), o mecanismo consiste na destruição ou consumo da listosfera oceânica criada em zonas, ao longo das quais a estas placas retornam ao manto astenosférico e sub-astenosférico, as zonas de subducção. Estas subductam a litosfera oceânica sob litosfera continental ou também sob litosfera oceânica. As zonas de colisão intra-continental devido à flutuabilidade dos continentes e ao sobre-espessamento da listosfera continental durante a colisão orogénica, não geram zonas de subducção com taxas de consumo e tempos de vida comparáveis às anteriores (ex.: colisão do Himalaias).
As zonas de contacto entre placas litosféricas em que não existe acreção nem destruição significativas designam-se conservativas e o movimento relativo entre as mesmas é essencialmente paralelo e em sentido contrário, gerando assim longuíssimas zonas de falhas de desligamento (Zona de Fractura Açores-Gibraltar, Falha de Santo André). Consoante a deformação desligante tenha associada uma componente de encurtamento ou de distensão, o regime tectónico designa-se por transpressivo ou transtensivo, respectivamente. A passagem entre o regime tectónico transtensivo para transpressivo, observa-se actualmente no limite ocidental entre as placas África e Eurásia, ao longo da Zona de Fractura Açores-Gibraltar (ZFAG).
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